A Magia do Espelho
10/10/2011 09:12
Antigamente, o espelho inspirava receio supersticioso, porque os primitivos acreditavam que o reflexo de uma pessoa era a própria alma. Por esse motivo os pais não permitiam que as crianças olhassem no espelho, acreditando que não seria saudável. De uma maneira ou de outra, o espelho no passado representava algo mágico, que encantava as pessoas. Hoje, sabemos que o espelho pode ser um recurso importante para a auto-estima. Uma grande invenção, porque tornou possível o ser humano perceber como os outros o vêem. Ter um em casa, num lugar de destaque, pode ser salutar, pois é como se a nossa imagem, nele refletida, fosse mais que um simples reflexo, mas uma “companhia” com a qual podemos nos relacionar e, porque não, dialogar. No entanto, existe “espelho” que não é feito de vidro, mas que exerce forte influência sobre aqueles que o olham, especialmente a criança: o pai, a mãe e o professor. Podendo essa influência ser positiva ou negativa. Na medida em que ela vai imitando-as, inconscientemente e, sem se dar conta, vai criando a própria imagem, podendo ser ela adequada, equilibrada e autêntica, ou não.
Para Lacan (Jacques Lacan 1901/1981) a fase do espelho é processada em três momentos fundamentais:
No primeiro, o bebê observa seu reflexo, que lhe parece um outro ser. Procura se aproximar e tenta pegar, chegando a procurá-lo atrás do espelho. No segundo momento, ele percebe que a pessoa do espelho não é real, mas apenas uma imagem. Por fim, ela descobre que a imagem refletida no espelho é dele mesmo, de modo que passa a brincar com movimentos do seu corpo refletido no espelho. Desta forma o espelho mostra a transformação nela produzida, quando assume a própria imagem.
É esperado que o psicólogo apresente para a criança a experiência com o espelho, tanto no sentido concreto quanto no imaginário, com o objetivo de investigar se ela está atingindo uma relação adequada e equilibrada com a realidade; e assim ter a garantia de que ela está conseguindo unificar seu Eu no espaço.
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