
Precisamos a cor dar para à vida
Que tipo de espelho reflete a nossa imagem fiel?
29/07/2011 12:20
“As mulheres, durante séculos, serviram de espelho aos homens por possuírem o poder mágico e delicioso de refletirem uma imagem do homem duas vezes maior que o natural" (Virginia Woolf).
Antigamente, o espelho inspirava receio supersticioso, os primitivos acreditavam que o reflexo de uma pessoa era a própria alma, e ao se olhar no espelho, poderia expor sua alma. Por esse motivo os pais não permitiam que as crianças olhassem no espelho, acreditando, que não seria saudável. Atualmente temos consciência de que o espelho, é um recurso importante para uma auto-estima adequada. Existem vários tipos espelhos entre eles os planos de uso comum, os convexos e os côncavos.
Devemos reconhecer os tipos principais, e também os bons e os maus, os quais podem favorecer ou prejudicar a vida de um indivíduo. Além desses espelhos de vidro, sabemos que existem outros, os quais merecem também nossa atenção. Estes são representados pelos pais, professores e profissionais. Os quais são de extrema importância para todos, principalmente para a criança. Se ela tem uma boa ou má imagem dessas pessoas, vai, imitando inconscientemente e sem se dar conta, vai criando a própria imagem, uma imagem adequada, equilibrada e autêntica, ou não.
Imagine-...você de frente para o espelho. Pense nos seus sentimentos e, qual é a influência do espelho na maneira como você se vê como indivíduo.
O espelho é considerado uma das maiores invenções de todos os tempos, por intermédio dele, tornou -se possível ao ser humano perceber como os outros o vêem. Até o Renascimento esse objeto era raro, foi quanddo surgiu os primeiros espelhos de vidros fabricados em Veneza. As lendas mostram espelhos com poderes sugestivos, mágicos e míticos. Ou então, o espelho aparece fatalmente como um lago tranqüilo para Narciso.
Podemos comparar nossas imagens refletidas no espelho como um rascunho, que aos poucos vamos passando a limpo e melhorando a qualidade, o qual vai aos poucos se tornando verdadeiro e completo. Pois olhar no espelho, é se dar a oportunidade do encontro consigo mesmo, independente do conceito de feio ou bonito.Temos belezas e feiuras, e só a partir dessa unificação é possível ser feliz.
É esperado que o psicólogo, apresente para a criança a experiência com o espelho tanto no sentido concreto quanto imaginário com o objetivo de investigar se ela, está atingindo uma relação adequada e equilibrada com a realidade e, assim podemos ter a garantia de que ela, está conseguindo unificar seu eu no espaço.
Para Lacan a fase do espelho é processada em três momentos fundamentais:
No primeiro, o bebê observa seu reflexo no espelho, para ele parece um outro ser e, procura se aproximar e tenta pegar , essa imagem é para ele outra pessoa, a qual vai procurar atrás do espelho.
Já no segundo mommento e, a criança percebe que a pessoa do espelho não é real, é apenas uma imagem e, por isso não vai mais procurar atrás do espelho.
Enquanto o terceira e última momento, consiste em saber que o refletido no espelho é apenas a imagem dela mesma. Nessa período, ela gosta de brincar com movimentos do seu corpo refletidos .no espelho. Desta forma o espelho mostra “[...] a transformação produzida no sujeito quando ele assume uma imagem” (Lacan, Jacques1949/1966).
Geralmente as crianças que tem o hábito de se olhar no espelho se mostram mais dóceis, flexíveis, amorosas, equilibradass e, apresentam melhor auto estima e , como consequência são menos inibida. Portanto, é esperado que se tornem adolescentes mais ajustados e naturalmente, adultos mais saudáveis emocionalmente.
Guimarães Rosa em “O espelho” comenta “ [...] narro-lhe; não uma aventura, mas experiências, a que me induziram, alternadamente, séries de raciocínios e intuições. Tomaram-me tempo, desânimos, esforços. Dela me prezo, sem vangloriar-me. Surpreendo-me, porém, um tanto à-parte de todos, penetrando conhecimento que os outros ainda Ignoram
Ele está falando da batalha de um indivíduo frente ao espelho, tentando entender o sentido do mundo e o que tem por trás da aparência humana. E ainda faz uma analogia com a maneira que o homem percebe o mundo e vê a si mesmo.
Desta forma vai buscando meios de encontrar sua essência, muito além daquilo que o espelho reflete. Ao olhar no espelho vê uma imagem destorcida e aterrorizante, um monstro e, assustado, inicia sua jornada pelos espelhos. Analisando sua imagem, destruindo suas máscaras à procura do seu próprio Eu.
Devemos compreender que, se os responsáveis tiverem uma imagem distorcida, naturalmente esses dependentes serão prejudicados.
Esse conto nos mostra também que, nem sempre enxergamos o mundo como ele realmente é, ainda nos remete a reflexão sobre a vida, quem realmente somos, levando nos ao questionamento sobre nosso autoconhecimento e nossa auto imagem.
A História do Espelho |
Certa vez... um pesquisador que morava em uma pequna, cidade colocou um anúncio no jornal.
A mensagem dizia o seguinte:
"Amanhã, venha ver pela última vez a pessoa que até hoje impediu o seu sucesso.
Ela será enterrada no Cemitério da Saudade. Não perca essa oportunidade. Venha ajudar a enterrá-la ".
Foi um alvoroço. Centenas de pessoas compareceram ao cemitério. Era tanta gente que foi necessário chamar o Corpo de Bombeiros para organizar a fila. O caixão estava lacrado e tinha apenas um visor coberto com uma toalhinha.
Na fila, o burburinho era grande. Todos comentavam que sabiam que havia um vilão que os estava impedindo de alcançar o sucesso e a felicidade. A fila começou a andar e o evento teve início. O curioso é que as pessoas chegavam falantes, mas quando erguiam a toalhinha e olhavam o vilão... Silenciavam, saíam quietinhas, de cabeça baixa, com um ar envergonhado.
É fácil adivinhar o que estava sob a toalhinha, o difícil, é encontrar alguém que assuma os seus próprios erros e defeitos. A maioria responsabiliza o chefe, o diretor, a mulher, o marido, a mãe, o pai, o irmão, o vizinho, o governo pela sua infelicidade, mas quem é relmente responsável por impedir o nosso sucesso, somos nós mesmos.
Bibliografia
* Entrando no espelho o Eu e o Outro
Wanessa Weisss Roncalho
Orientaddora: Sandra Fávero
* Da psicose paranóica em suas relações com a Personalidade. Rio de Janeiro, Forense Universitária,1987 Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
* COSTA, Adriana Cajado. Psicanálise e saúde mental: a análise do sujeito psicótico na instituição psiquiátrica. São Luis/MA: EDUFMA, 2009
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