
Precisamos a cor dar para à vida
Síndrome de Diógenes
06/12/2012 11:42Síndrome de Diógenes, patologia da mente que depende da compreensão da família.
Acumulação compulsiva é a mania de a pessoa entulhar a casa com bugigangas, de todo tipo, cacos velhos sem utilidade nenhuma, mas que a torna “colecionadora”, dependente deles. Desde 1992, atendo pacientes com a Síndrome de Diógenes, nome dado pelos especialistas a esse tipo de distúrbio da mente. Nesses anos de trabalho percebi que os familiares muitas vezes têm dificuldade de aceitar esse comportamento. É comum alguém guardar objetos apenas a título de recordação. No entanto, quando se trata de encher os armários e, mais tarde, a casa e outros espaços disponíveis é um comportamento patológico. Em 1975 o distúrbio foi batizado como Síndrome de Diógenes, filósofo grego (404 a.C. – 423 a.C) que tornou-se um mendigo que habitava as ruas de Atenas.
A Síndrome é caracterizada pelo abandono social e pessoal do indivíduo, por isolamento no próprio lar. Trata-se de um transtorno do comportamento, que atinge o indivíduo independentemente de sua condição social, nacionalidade ou religião. Geralmente, ele é de idade avançada, vive sozinho, ou teve algum episódio de falecimento na família. Em se tratando de duas pessoas de idade avançada, que vivem juntas, uma tende a arrastar a outra à mesma condição. Quando observamos um comportamento diferente em uma pessoa próxima, como isolamento, falta de higiene corporal, ou na própria casa, acúmulo de objetos e lixo pelo quintal, significa que algo errado está acontecendo. É preciso ficar atento, pois este é um transtorno que desencadeia e esconde importantes alterações psicológicas e psiquiátrica, algo que afeta 3% da população. A Síndrome pode parecer excêntrica, porque é estranho ver uma pessoa bem vestida revirando lixeira à procura de objetos velhos para guardar: papéis de embrulho, caixas de papelão, latas vazias e enferrujadas, tampinhas de refrigerante, jornal, etc. São indivíduos que se encontram emocionalmente ligados aos inúmeros objetos e não se desfazem deles de modo algum. A vítima mais famosa da doença era a cantora Whitney Houston, que vivia isolada em sua mansão e só saia de casa para recolher lixo. A doença é incurável e de difícil manejo terapêutico; e a presença da família é fundamental, porque é preciso aprender a lidar com o doente, especialmente em momento de crise, lembrando que ela pode ser evitada, ou atenuada, quando ele é encaminhado para tratamento com psicológico.
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